Smartphones e mobilidade urbana: saiba como esses dois mundos estão conectados

fonte:Mercedes-Benz

Faz apenas sete anos que utilizamos os smartphones e já parece impossível viver sem eles. Não à toa, existe 1,75 bilhão de aparelhos assim no mundo todo, o que equivale a cerca de 25% da população mundial. Os aplicativos – ou apps – são tão imprescindíveis que fazem parte de um mercado que se desenvolve ainda mais rápido do que o dos hardwares. Já são 140 bilhões de downloads realizados em escala global.

As facilidades trazidas pelos apps chegaram a todos os nichos, inclusive o do transporte público. Já existem alguns que oferecem informações em tempo real sobre todos os modais, otimizando as rotas e as viagens dos usuários. No entanto, apesar de tanta praticidade, existe um importante debate acontecendo: como criar tecnologias associadas à cultura e à infraestrutura de cada localidade, sobretudo num país imenso como o Brasil e com tantas particularidades. Isso passa, primeiro, pelo acesso gratuito aos dados sobre o transporte.

No Reino Unido, um dos maiores mercados mobile do mundo, a confiabilidade dos aplicativos de mobilidade é altíssima, uma vez que órgãos públicos mantêm seus dados disponíveis, facilitando a criação de apps precisos, ou desenvolvem os seus próprios aplicativos.

Um deles, o The Train Line, permite que o usuários planeje rotas, compre passagens e emita os tickets pelo celular. O CityMapper oferece informações em tempo real a partir do acesso aos bancos de dados de todos os operadores de transporte. Ele calcula o tempo de viagem, emissão de poluentes, gasto calórico e preços, um nível de detalhamento impressionante e que ajuda na tomada de decisão. O Stravel recompensa os usuários que escolhem os modais mais sustentáveis.

Aqui no Brasil, essa revolução apenas começou. 35% dos brasileiros têm smartphone e já ficam conectados meia hora a mais do que os britânicos, especialmente em redes sociais ou apps de jogos. Ou seja, um filão interessantíssimo para os desenvolvedores, mas com um clara barreira aos apps utilitários e de compras, que ainda não são muito baixados por aqui.

No quesito transportes, existe pouco acesso aos dados dos órgãos públicos, o que compromete a confiabilidade das informações cedidas pelos apps sobre rotas e tempo de viagem, por exemplo. Existe apenas um app unificado de transportes, que engloba todos os modais disponíveis. Trata-se do Moovit, que apesar de mostrar informações sobre ônibus, trens e metrôs, não ajuda a planejar viagens a pé ou de bicicleta.

Apesar da deficiência, esse mercado vem mudando rapidamente. A cada dia, surgem novidades e espera-se que o acesso aos dados cresça na mesma proporção. Em São Paulo, o banco já é aberto, mas é necessário que isso se torne regra, não exceção. Os governantes precisam abraçar a revolução digital e criar um ambiente virtual prolífico para os desenvolvedores. Estima-se que, em poucos anos, a América Latina terá um mercado praticamente tão desenvolvido quanto a Europa, atingindo níveis de saturação similares.

Fonte: The City Fix Brasil/ NTU

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