Enquanto ainda não sabemos quando voltaremos à normalidade, o mundo todo vem se preparando para o que chamam de “nova normalidade”. Sabemos que a mobilidade continuará, no entanto, em novos padrões de segurança.
Enquanto boa parte da população está em quarentena ou se preparando para sair dela, as indústrias e empresas ligadas ao transporte coletivo estão transformando problemas em soluções para aumentar a segurança dos clientes e operadores.
O comportamento individual, com o uso de máscara e a higienização das mãos com álcool em gel, será fundamental para a continuidade do transporte, e vamos conhecer um pouco do que será tendência no transporte por ônibus urbano e rodoviário.
Proteções no interior do ônibus
Algumas soluções, inclusive, já estão prontas para uso. Entre elas, estão a proteção de vidro para motoristas e cobradores. A indústria de carroceria de ônibus urbanos já desenvolveu kits tanto para os modelos novos quanto para os que já estão rodando nas frotas das empresas. Em São Paulo, concessionárias de transporte público, inclusive, já estão desenvolvendo essas proteções.
As encarroçadoras também já começaram a oferecer sistemas tipos totens para oferecer álcool em gel para higienização dos passageiros e operadores, tantos nas estações de embarque como no interior do ônibus. Outra solução será um medidor de temperatura para detectar passageiros com frete, informa a fabricante de carrocerias urbanas Caio.
Capas de fácil manuseio e de cor vermelha é outro opcional para fazer a demarcação de assentos que devem ficar desocupados para garantir o distanciamento social e é a outra proposta da fabricante brasileira.
Para reduzir o contato com dinheiro em papel-moeda, o aumento do uso de cartões e aplicativos está sendo indicado para reduzir a transmissão de vírus.
No caso dos aplicativos, outros serviços podem ser utilizados no combate da Covid-19, como a redução da aglomeração de passageiros nos pontos de embarque. Com o uso da telemetria nos ônibus e a internet, o usuário pode saber o exato momento que o ônibus chegará ao ponto.
Desinfecção dos ônibus
Novos equipamentos, como o Sistema FIP Onboard desenvolvido pela Marcopolo Next, foram desenvolvidos para fazer a total desinfecção dos ônibus antes de cada viagem. É uma solução de biocida já testada pela Viação Ouro e Prata, do Rio Grande do Sul. São apenas 20 minutos para ser aplicada uma névoa em um ônibus rodoviário com total eficiência no combate a vírus e bactérias, incluindo o novo coronavírus. O tipo de aplicação, com uso de nano partículas, consegue que a névoa atinja as áreas mais difíceis no interior do veículo.
Além das medidas de higienização antes de cada viagem, há empresas que estão ampliando a instalação de cortinas entre as poltronas, como é o caso do Grupo Garcia-Brasil Sul, de Londrina (PR). Antes, este tipo de cortina era instalado somente em modelos cama e leito, e, agora, em todas as categorias, o que aumenta a privacidade e segurança.
Medidas nas cidades
No transporte público urbano, as prefeituras começam a criar normas. Em Belo Horizonte, foi publicado o decreto nº 17.362/2020 para orientar as empresas de transporte coletivo para a reabertura do comércio. Uma das medidas refere-se aos limites contratuais de passageiros transportados. Em ônibus articulado, foi limitado em 20 passageiros em pé, 10 em ônibus-padrão e cinco em miniônibus. Os veículos terão que ter as novas capacidades sinalizadas e os locais que os passageiros devem ficar em pé no corredor. O decreto ainda determina a disponibilização de álcool em gel em todos os ônibus para usuários e operadores, além de intensificar a higienização nos veículos e estações de embarque e desembarque.
Curitiba é outra cidade que começa a preparar o transporte coletivo para o pós-pandemia. Uma das medidas é o uso das câmeras do Centro de Controle Operacional para monitorar os pontos de embarque e administrar a necessidade de ampliar ou não a frota para evitar aglomeração, informou o prefeito da cidade, Rafael Greca. Os ônibus vão circular com 50% da capacidade de passageiros.
O ar dentro do ônibus
Estudos feitos em parceria entre Universidade de Caxias do Sul (RS) e Marcopolo mostraram que há uma troca de ar no interior dos ônibus acima da exigida pela norma ABNT 15.570 (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A renovação do ar chega a ser 63% superior na comparação com ambientes, como supermercados, agências bancárias e saguão de aeroportos. A eficiência das carrocerias de ônibus é efetiva graças aos sistemas de climatização, como ar-condicionado, alçapão de emergência e insufladores de ar forçado.
Assim, vamos ficar informados para usarmos o ônibus com segurança!